sábado, 18 de agosto de 2012

Cotas para quê?


No dia 8 de agosto o Senado Federal realizou uma sessão histórica que aprovou a instituição obrigatória do sistema de cotas em todas as instituições federais de ensino superior, além de institutos federais de ensino técnico de nível médio.
De acordo com o texto aprovado e que segue para sanção presidencial, as universidades e institutos federais, terão que reservar 50% do total de vagas por curso e por turno para estudantes que tenham cursado todo o Ensino Médio em escolas públicas. Destes 50%, um percentual deverá ser destinado para negros e indígenas, de acordo com a proporção destes na população de cada estado, segundo os dados do último Censo. Tudo isto a ser aplicado em até 4 anos, período que as universidades terão para fazer a transição.
A partir de 2013 as universidades já deverão aplicar pelo menos 25% do sistema de cotas, ou seja, reservar 12,5% do total de vagas para estudantes de escolas públicas, tendo até 2016 para chegar aos 50% previstos na lei.
Também de acordo com a lei, pelo menos 50% das vagas destinadas aos estudantes de escolas públicas serão destinadas a estudantes com renda familiar per capita de até 1,5 salário mínimo (933 reais atualmente). O texto aprovado também determina que após 10 anos da aplicação do sistema de cotas , ele deverá ser revisado.

Agora vem o "X" desta questão, não tenho nada contra pessoas de baixo poder aquisitivo e da rede pública de ensino adentrarem nas universidades federais, pelo contrário, eles tem todo o direito como cidadãos brasileiros que são, no entanto, fico indignado com a forma que o governo trata essas pessoas. Ao invés de investir maciçamente na educação básica e na geração de renda, para que as camadas populares tenham condições de competir de igual para igual e dignamente com os alunos da rede particular de ensino, nossos governantes preferem viabilizar maneiras do povão entrar no nível superior pela porta dos fundos. No meu ponto de vista, esse sistema de cotas por sí só já é uma forma barata de preconceito, ele insinua que negros, índios e demais alunos da rede pública só tem condições de cursar uma universidade se não competirem com os demais candidatos. Não acho isso justo!

Acredito que todos temos condições de aprender, indiferentemente da classe social, cor, raça ou crença, bastando para tal, termos oportunidade de acesso a uma educação de qualidade desde as séries iniciais. Essa iniciativa do governo federal mostra o descaso com o qual eles tratam a educação de nosso país, para eles não é necessário preparar os alunos, basta jogá-los abruptamente nas universidades e enganá-los juntamente com toda a nossa sociedade. Pouco importa se 80% desses estudantes abandonarão seus cursos, desestimulados pela falta de estrutura, professores e condições de ensino adequadas nas nossas universidades. O governo só se importa com números e estatísticas, não com qualidade e eficiência. O povo deve perceber isso enquanto ainda é tempo, dar um basta e exigir que seus direitos e dignidade sejam respeitados, não precisamos de caridade, mas sim de oportunidades para competir no mesmo nível dos demais, sem hipocrisia, sem medo e sem vergonha do que somos: o povo brasileiro.   

Qual a sua opinião? Você concorda com o sistema de cotas? Opine! Mostre que sua opinião faz toda a diferença!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

IDEB mostra educação ainda medíocre no país

O retrato do ensino básico e fundamental divulgado na terça-feira (14) pelo Ministério da Educação é um retrato das contradições e dos inúmeros problemas que alunos, professores e pais enfrentam no Brasil, e da enormidade dos obstáculos que precisam ser enfrentados para colocar o país num patamar mais alto de educação formal.

O termômetro que mede esta situação é o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que é divulgado a cada dois anos. Ele é calculado considerando o desempenho dos alunos em duas matérias (português e matemática), combinado com o número dos estudantes aprovados em cada série. A avaliação é feita em três níveis: anos iniciais do ensino fundamental (1ª à 4ª séries), anos finais do ensino fundamental (5ª à 8ª séries), e ensino médio.



Na média (os dados se referem à variação entre 2009 e 2011), o ministério comemorou o alcance da nota 5,0 (vai de 0 a 10) nos primeiros anos do ensino básico, indicando uma melhora estatística e a antecipação do cumprimento da meta prevista para 2013. Nos outros níveis, o resultado foi pouco mais que sofrível – média 4,1 nos últimos anos do ensino fundamental e 3,7 no ensino médio (em 2009 estas médias foram, respectivamente, 4,0 e 3,7). Isto é, quase não variaram. E o resultado é agravado pelo fato de que quase metade das escolas brasileiras (44% do total) não alcançou a média, sendo que 37% tiveram médias mais baixas do que em 2009. 

No ensino médio, embora a média prevista para o país (3,7) tenha sido atingida, em nove estados ela não foi alcançada (são estados cuja população soma 60,5 milhões de brasileiros) e outros sete repetiram as notas de 2009 (com população somada de 32,4 milhões). Pode-se concluir que as escolas que atendem a metade da população foram mal avaliadas no Ideb recém divulgado. E não há salvação nem mesmo nas escolas particulares, que também tiveram desempenho medíocre em todo o país, embora um pouco melhor do que as escolas públicas.

Há um conjunto de razões para explicar a situação e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, resumiu algumas delas na entrevista coletiva que deu depois do anúncio dos resultados. Há de fato uma pequena melhoria, comemorada pelo ministro, e ele a atribuiu a medidas tomadas nos últimos anos em relação sobretudo ao ensino fundamental de nove anos. Em relação ao mau desempenho no ensino médio (que continua sendo nosso maior problema, disse o ministro) Mercadante o atribui sobretudo ao extenso currículo (com 13 matérias obrigatórias) praticado, e o ministério acena com mudanças nessa área.

O ministro ficou devendo, contudo, uma referência mais explícita aos graves e persistentes problemas estruturais da educação, entre elas a situação dos professores. Como a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) denunciou em março deste ano, 17 estados ainda não pagavam o piso salarial nacional dos professores e 18 não cumpriam norma segundo a qual dois terços da jornada do professor devem ser passados em sala de aula e um terço em atividades de planejamento de aulas, correções de provas e cursos de formação.
O mau desempenho registrado pelo Ideb resulta deste conjunto de problemas que o governo precisa enfrentar se quiser não apenas cumprir metas estatísticas mas, principalmente, que as escolas brasileiras cumpram a tarefa que se espera dela: a formação educacional dos jovens brasileiros.


E você? Está satisfeito com o nível da educação no Brasil e de nossa cidade? Opine! Mostre que sua opinião faz toda a diferença!


Veja as reportagens em vídeo 


http://g1.globo.com/se/sergipe/setv-1edicao/videos/t/edicoes/v/falta-de-alguns-alunos-as-aulas-e-apontada-como-o-motivo-para-o-baixo-desempenho-no-ideb/2092786/

http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-brasil/t/edicoes/v/mec-estuda-mudancas-no-curriculo-do-ensino-medio-brasileiro/2090129/


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Vereadores: O que são e para que servem?

Neste pleito eleitoral que se aproxima, o povo brasileiro terá de escolher não só seus prefeitos, bem como os vereadores que irão representá-los nos 4 anos seguintes. No entanto, é fato que a maioria dos eleitores não dá a devida importância aos componentes do legislativo municipal, e por isso subestimam o seu poder e responsabilidades dentro da estrutura administrativa de cada município.

Os vereadores são eleitos através do voto direto, cujo mandato tem duração de quatro anos, sendo a reeleição ilimitada. A quantidade de membros desse cargo político é estabelecida através do contingente populacional de cada município (quanto mais habitantes, maior será o número de vereadores de uma cidade). Contudo, foi estabelecido um número mínimo de 9 e um máximo de 55 vereadores por município. Eles têm a função de discutir as questões locais e fiscalizar o ato do Executivo Municipal (Prefeito) com relação à administração e gastos do orçamento. Eles devem trabalhar em função da melhoria da qualidade de vida da população, elaborando leis, recebendo o povo, atendendo às reivindicações, desempenhando a função de mediador entre os habitantes e o prefeito. 

Outra importante atribuição a um vereador é a elaboração da Lei Orgânica do Município. Esse documento consiste numa espécie de Constituição Municipal, na qual há um conjunto de medidas para proporcionar melhorias para a população local. O prefeito, sob fiscalização da Câmara de Vereadores, deve cumprir a Lei Orgânica.

Deste modo amigo leitor, fica claro que o vereador é bem mais importante do que a maioria pensa ser. Por isso, não colabore para que incompetentes desqualificados exerçam um cargo tão importante se utilizando apenas do poder econômico. Cobre propostas! Atitude! Não aceite dinheiro em troca de seu voto, pois esse cidadão nunca irá representá-lo como se deve. Exija participação ativa! Independência em relação ao executivo. Não permita que marionetes entrem na câmara municipal, pois elas apenas representam o interesses do seu "líder" ou "grupo" político ao invés dos nossos, como deveria realmente ser. Seja consciente e ajude a acabarmos com esse ciclo vicioso. Garanto que quando eles perceberem que seu dinheiro não nos interessa, passarão a nos oferecer propostas e ações no lugar de esmolas e promessas.  

E você? Está satisfeito com o nível dos vereadores de nossa cidade? Opine! Mostre que sua opinião faz toda a diferença!  

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Criança Esperança: filantropia ou enganação?

Como todo brasileiro já se acostumou a ver, todos os anos a Rede Globo de Televisão promove o "Criança Esperança." Trata-se de um programa beneficente que procura angariar recursos - através de doações voluntárias - no intuito de ajudar crianças carentes de todo o Brasil em parceria com a Unesco/Unicef. Embora todos os anos quantias frondosas sejam arrecadas e várias crianças sejam indiscutivelmente beneficiadas, circula pela rede mundial de computadores uma versão bem mais cruel dos fatos. Mostrarei os dois lados desta história e ficará a seu critério escolher qual versão lhe parece mais convincente. 

Versão que circula na rede mundial de computadores: Há anos que circula na rede uma denúncia muito séria, segundo a qual a Rede Globo de Televisão obtém muito lucro com o Criança Esperança. Dizem que a emissora carioca reúne o montante de todas as doações, feitas pelo povo brasileiro, e o entrega para a Unesco como se ela - a Rede Globo - fosse a doadora. Com isso, as organizações Globo receberiam todos os anos um grande abatimento no seu imposto de renda, se beneficiando da boa vontade das pessoas. Muitos acreditam que essa versão é verdadeira, até porque o Criança Esperança é uma marca, e não uma entidade beneficente. Deste modo, as crianças realmente são beneficiadas, porém a Globo estaria levando muita vantagem com isso, diferentemente do que ela afirma abertamente.

Versão da Rede Globo de Televisão: Segundo a emissora carioca, quando a pessoa faz uma doação, a operadora manda o montante doado diretamente para a conta da Unesco/Unicef. O que tornaria impossível ela se passar como o doador final, pois o dinheiro em nenhum momento estaria em sua posse, podendo-se concluir que as correntes que circulam na rede são totalmente mentirosas.

As duas vertentes fazem muito sentido, porém nunca foram apresentadas provas cabais que imponham a versão que circula na rede mundial de computadores como verdadeira. Deste modo, para aqueles que são desconfiados e não querem correr o risco de serem enganados por nenhum dos dois lados, deixo aqui uma dica. Você pode doar diretamente ao Unicef clicando aqui. Não haveria intermediário e não é necessário sequer fazer uma ligação telefônica. O processo é simples e seguro e sua doação indiscutivelmente será destinada ao benefício de várias crianças carentes de todo o Brasil.

E você? Acredita que a Rede Globo leva vantagem com o Criança Esperança? Opine! Mostre que sua opinião faz toda a diferença!