Durante estes jogos olímpicos, que estão sendo realizados na cidade Londres, capital da Inglaterra, estamos tendo uma nova oportunidade de presenciar um verdadeiro fiasco de nossos atletas. O baixo número de medalhas não só incomoda a sociedade brasileira, bem como trás à tona uma importante questão: quem está fazendo vergonha nos jogos? Os atletas ou o Brasil?
Tenho um ponto de vista bem formado a esse respeito. Acho muito conveniente criticar os atletas. Chamá-los de pipoqueiros e tudo mais. Na verdade, isso é até compreensível. O brio nacional está em jogo e as pessoas, mesmo que não queiram adimitir, anseiam por ver nosso país no lugar mais alto do pódio. Porém, um sentimento geral de frustração se apodera de todos os brasileiros. Nossos atletas não conseguem se equiparar aos seus concorrentes - principalmente os chineses e norte-americanos - que vem dominando com certa facilidade o quadro geral das disputas.
No entanto, antes de criticar, devemos examinar atentamente todo o contexto político e social que cerca esses desportistas. Nos Estados Unidos, desde o ensino primário, as crianças tem um leque diversificado de atividades esportivas. Os alunos crescem praticando o esporte que mais lhe agradam, ganham até bolsas nas universidades simplesmente para manterem suas atividades esportivas. Esses alunos se tornam em profissionais competentes e muito difíceis de serem batidos. Na China comunista, o governo investe maciçamente na formação de atletas de alto nível, tanto é que os mesmo já se equiparam aos norte-americanos, que juntos, certamente ficarão com a 1ª e a 2ª colocação no quadro geral de medalhas, não importa a ordem. Mas e o Brasil?
Agora vem o balde de água fria. Nossos atletas não possuem nenhum incentivo. Alguns deles até gastam do próprio bolso para competir. Não existe uma política de se formar atletas nas escolas, cujas ridículas aulas de educação física nada mais são do que uma cópia grotesca do sistema Norte-americano. A iniciativa privada também se omite. O governo tapa o sol com a peneira e até trouxe a próxima Olímpiada para cá - em 2016 - como se fossemos um país de primeiro mundo! Longe disso, estamos dando sim um passo maior do que a nossa perna. Todos esses recursos que estão sendo utilizados na viabilização da copa do mundo e do Rio 2016 estão sendo retirados da boca do povo brasileiro. Antes de pensar em mostrar um Brasil que não existe para o resto do mundo, creio que deveriamos eliminar a miséria e o analfabetismo. Oferecer saúde de qualidade para nossos cidadãos. Isso sim é importante! Que nosso povo viva bem, não que os gringos cheguem aqui, tomem uma caipirinha em Copacabana e levem uma bela mulata para sua cama. Por que é isso que acham de nós!
Deste modo, fica evidente que o fracasso nos jogos não é dos atletas. Na verdade, eles são os heróis desta história toda. A vergonha fica é para o Brasil, que não valoriza aquilo que ele tem de mais importante: um povo maravilhoso e que enfrenta todas as dificuldades da vida com perseverança e autruismo. Espero que possamos mudar essa realidade um dia, mas isso só dependerá de nós.
E você? Acha que o Brasil valoriza seus atletas? Opine! Mostre que sua opinião faz toda a diferença!